digo-te amo-te com a força de mil vulcões a inquinarem o sol das àguas morenas
tenho uma revolução em curso memória de ausências na loucura dos
dias quebranto da loucura crocitante
nunca me doeu à noite como agora na distância
das horas e do conforto dos teus pequenos dedos
de fada
trouxeste a redenção e vida
repito ocasos e cenas de tardes quentes
matinés a dois
amo-te com uma certeza indizível
May 30, 2009
May 26, 2009
poesia musicada [cardinal]006
foge foge bandido, o canto dos homens-conto
rel. date: 2008
/*/------
farto do diz que disse
diz que viu
diz que aconteceu
diz que estava lá um amigo de um amigo
que é amigo teu
farto de ouvir
o mais bonito
o mais astuto
o mais sensível
mas o incrível
é que ao espelho eu só vejo o mais bruto
farto das mesmas queixas no mesmo caderno
farto da caneta que me leva ao inferno
farto de mim de ti de nós contra o resto do mundo
a selecção deles é mais forte
ficaremos sempre em segundo
ninguém te disse
ninguém te contou
ninguém te falou
não dá para ganhar
eles dizem foge foge
mas eu fico
foge foge
e eu fico
cada vez mais bandido
não sou luz da serra
nem sombra nem luz
nem sombra da noite
no alvor da madrugada
não sou coisa nem nada
talvez louco
o louco não tem número
o limite da soma é o vazio
não sou murmúrio de rio
nem cigarro viciado
nem ponta de cio
nem lua patética
crescendo e fugindo do tempo que passa
não sou quebra-luz
nem gavinha entrelaçada num abraço de frio
sete raios de sol queimaram o sonho
sete chuvas de esperma o fecundaram
já não sou resina
nem merda nem mijo
nem sangue nem seiva
morreram afrodites e leões de pêlo fulvo
quando se inventou a alma
e eu não sou mais do que rescaldo
já não sou poeta nem nada
------/*/
rel. date: 2008
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farto do diz que disse
diz que viu
diz que aconteceu
diz que estava lá um amigo de um amigo
que é amigo teu
farto de ouvir
o mais bonito
o mais astuto
o mais sensível
mas o incrível
é que ao espelho eu só vejo o mais bruto
farto das mesmas queixas no mesmo caderno
farto da caneta que me leva ao inferno
farto de mim de ti de nós contra o resto do mundo
a selecção deles é mais forte
ficaremos sempre em segundo
ninguém te disse
ninguém te contou
ninguém te falou
não dá para ganhar
eles dizem foge foge
mas eu fico
foge foge
e eu fico
cada vez mais bandido
não sou luz da serra
nem sombra nem luz
nem sombra da noite
no alvor da madrugada
não sou coisa nem nada
talvez louco
o louco não tem número
o limite da soma é o vazio
não sou murmúrio de rio
nem cigarro viciado
nem ponta de cio
nem lua patética
crescendo e fugindo do tempo que passa
não sou quebra-luz
nem gavinha entrelaçada num abraço de frio
sete raios de sol queimaram o sonho
sete chuvas de esperma o fecundaram
já não sou resina
nem merda nem mijo
nem sangue nem seiva
morreram afrodites e leões de pêlo fulvo
quando se inventou a alma
e eu não sou mais do que rescaldo
já não sou poeta nem nada
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.[somos a inexistência do tempo]
somos a inexistência do tempo. da ausência de ter.
luta constante de dor anquilosada na porventura esplêndida. utilizamos o chapéu de triste e olhamos para o lado.
nós somos aqueles vezes dois sapiens.
temos a força de mil braços inertes. erra aquele que teme morrer.
piano afinado ressoa quando dói. erramos. mas não tivemos aulas.
tutor, olha para nós. ajuda-nos reviver a força cá de dentro. tocar melodias de silêncios cristalinos.
diz-me o porquê de tudo assim.
luta constante de dor anquilosada na porventura esplêndida. utilizamos o chapéu de triste e olhamos para o lado.
nós somos aqueles vezes dois sapiens.
temos a força de mil braços inertes. erra aquele que teme morrer.
piano afinado ressoa quando dói. erramos. mas não tivemos aulas.
tutor, olha para nós. ajuda-nos reviver a força cá de dentro. tocar melodias de silêncios cristalinos.
diz-me o porquê de tudo assim.
May 25, 2009
.[e na tua boca]
e na tua boca
a certeza do amor
sibilante
como pétalas de metal
sob um suor frio de tumbas
caiadas
na tua boca
um anho que te escuta e pede conforto
opereta triunfante
contente
um padrão de hexágonos tocados
de sémen seco perfeitamente centrado
delírio
de santo enfermo
boca de sol pintada
ávida de conforto e por um
beijo
encontrada pois a dicção correcta
um perene receio
encontra cura
quando na tua boca
nos vemos
e na tua boca
a certeza do infinito
a certeza do amor
sibilante
como pétalas de metal
sob um suor frio de tumbas
caiadas
na tua boca
um anho que te escuta e pede conforto
opereta triunfante
contente
um padrão de hexágonos tocados
de sémen seco perfeitamente centrado
delírio
de santo enfermo
boca de sol pintada
ávida de conforto e por um
beijo
encontrada pois a dicção correcta
um perene receio
encontra cura
quando na tua boca
nos vemos
e na tua boca
a certeza do infinito
May 23, 2009
poesia musicada [cardinal]005
algo teu, pluto, bom-dia
rel. date: 2004
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É só o nada a bater-nos à porta
E a mim importa-me que estejas a meu lado
Enquanto o medo vai dançando à nossa volta
É só uma imagem que sonhámos doce imagem
Nada que um dia após o outro reproduza
Mas meu amor estaremos sempre de passagem
Esquece o que eles dizem sobre um grande amor
Quem podia mais querer-te como eu
Nada que acredite conseguir mostrar pois é algo teu
------/*/
May 18, 2009
May 13, 2009
.roque fanqueiro
de que falas tu?
no teu olhar enquanto fumo.
os sexos duros em frenéticos movimentos sob a lâmpada vermelha-cereja incandescente. as bichas roçam-se. dança a Maria e sento-me eu, na ausencia de saída para a dor de não ter os teus lábios junto dos meus em apanhados molhos de salobra melancolia. sento-me eu e dança a Maria. dança a Maria com a Cláudia.
dance me to the end of love, tudo o resto não me mexe. nem a quantidade de etilo presente nas veias. o baile final, ainda está para vir, e no meio de ofegantes melodias, medito no nosso gingar a dois, de mãos dadas sem querer invejar os livros da especialidade.
de que falas tu?
da prosa do teu amor.
haveria de haver modo de curar a tua dor quando aí não estou. de sentires o meu abraço na ausência de toque.
deposito aqui esperança apaixonada-juvenil de que não digas adeus, e um sing me to sleep eterno. que a prosa não se cale nem cesse o tema.
que o outono de abraços cumpra o seu papel triunfante.
de que falas tu?
de um roque fanqueiro apaixonado.
no teu olhar enquanto fumo.
os sexos duros em frenéticos movimentos sob a lâmpada vermelha-cereja incandescente. as bichas roçam-se. dança a Maria e sento-me eu, na ausencia de saída para a dor de não ter os teus lábios junto dos meus em apanhados molhos de salobra melancolia. sento-me eu e dança a Maria. dança a Maria com a Cláudia.
dance me to the end of love, tudo o resto não me mexe. nem a quantidade de etilo presente nas veias. o baile final, ainda está para vir, e no meio de ofegantes melodias, medito no nosso gingar a dois, de mãos dadas sem querer invejar os livros da especialidade.
de que falas tu?
da prosa do teu amor.
haveria de haver modo de curar a tua dor quando aí não estou. de sentires o meu abraço na ausência de toque.
deposito aqui esperança apaixonada-juvenil de que não digas adeus, e um sing me to sleep eterno. que a prosa não se cale nem cesse o tema.
que o outono de abraços cumpra o seu papel triunfante.
de que falas tu?
de um roque fanqueiro apaixonado.
May 12, 2009
May 11, 2009
May 8, 2009
May 4, 2009
[podes ser tragicamente belo quando gostas]
podes ser tragicamente belo quando gostas
as palavras saem com a força de luz gritante
os sabores confundem-se com mel cigano
podes ser tragicamente belo
faz-me feliz o teu sorriso debaixo da lua
queria escrever o quão feliz estou
com rigor. como poeta. como poeta bom.
escrevo por escrever. escrevo porque sim. porque sim.
escrevo na impossibilidade de pular ou tocar contigo
o rasgo do céu.
faz-me feliz o teu sorriso debaixo da lua.
porque não há mais nada a fazer
que não escrever e guardar a memoria de ti,
de nós até à catarse seguinte
do nosso reencontro
as palavras saem com a força de luz gritante
os sabores confundem-se com mel cigano
podes ser tragicamente belo
faz-me feliz o teu sorriso debaixo da lua
queria escrever o quão feliz estou
com rigor. como poeta. como poeta bom.
escrevo por escrever. escrevo porque sim. porque sim.
escrevo na impossibilidade de pular ou tocar contigo
o rasgo do céu.
faz-me feliz o teu sorriso debaixo da lua.
porque não há mais nada a fazer
que não escrever e guardar a memoria de ti,
de nós até à catarse seguinte
do nosso reencontro
May 3, 2009
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